Esparguete com atum
A comida dos revolucionarios. Alimento para o corpo e para a mente.
Thursday, November 30, 2006
Wednesday, November 29, 2006
Experimentação animal
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Tuesday, November 28, 2006
Sobre as visitas papais
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O Papa não quer a Turquia na Europa. O Papa, à boa maneira maquiavélica (desconhecida dos príncipes seculares que nos governam), está a fazer tudo para evitar que a Turquia entre na Europa. Diplomaticamente brilhante.
IN http://revista-atlantico.blogspot.com/
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Monday, November 27, 2006
Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmo só amor só solidão desfeita
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
Mário Cesariny (Ouvir)
Friday, November 24, 2006
E a verdade, espantosa que seja, é uma: o país é governado por Sócrates e Cavaco. Como se tornou isto possível? Através de duas monstruosas conspirações: as “legislativas” de 2005 e as “presidenciais” de 2006.
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Na quinta-feira, o eng. Sócrates apareceu a exaltar o sucesso do Plano Tecnológico entre os jovens. Com inteira propriedade, aliás: para esse exacto dia, centenas de alunos do “secundário” haviam convocado uma greve por SMS e “e-mail”, exibindo com destreza a adaptação das crianças à modernidade.
João nasceu com todas as cores do mundo nos olhos, e todas as formas do mundo nas mãos.Mas o mundo onde vivia João, era cinzento como a pobreza, cinzento como a tristeza, cinzento como a falta de ter.
Dentro dele, as cores juntavam-se, brincavam, e João fechava os olhos e via quadros, telas, desenhos, tantos que não cabiam dentro, tantos que olhando os dedos via neles a vontade de falar, a vontade de serem lápis, pincel, e terem tintas e cor.Ele que nascera com todas as formas do mundo nas mãos, vivia no mundo cinzento, onde as mãos são mãos, e os dedos são dedos só de trabalhar.
A cor azul, que era de todas a mais vaidosa, disse um dia a João:- Porque não vamos procurar um mundo com tintas e pincéis para me poderes pintar, e me tornares céu cheio de estrelas, ou juntaras-me com a cor amarela e me verem mar? Anda João. Vem!
E todas as cores se juntaram ao azul e pediram o mesmo. E pintaram os olhos de João de esperança e vontade de partida.Fugiu do mundo cinzento, onde as mãos e os dedos, são dedos e mãos só de trabalhar, e partiu para procurar os mundos que pintara dentro.
Dormiu ao relento só para olhar o azul do céu, e espalmava as mãos contra a terra, só para sentir o castanho e o verde dos campos que há muito sabia.E o tempo passou….João cresceu e descobriu que os homens não entendem os meninos diferentes, os meninos grandes com olhos de todas as cores, e dedos de pintar.
O cinzento triste da pobreza, o cinzento triste da falta de ter, perseguiu João por todos os caminhos que percorreu, e por todos os mundos em que viveu, tentando sem conseguir, roubar-lhe as cores e as formas que, fiéis, nunca o deixaram.É por isso, que ainda hoje, João, homem grande, tem um sorriso aberto como o verde dos espaços que conheceu, um olhar inocente como os céus sem nuvens sob os quais dormia, e umas mãos grandes, repletas de formas, que João dá a quem as sabe receber.
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Jão é um amigo que precisa de ajuda para continuar a pintar e fugir do cinzento da vida que sempre o perseguiu. Precisa não só da minha ajuda mas de todos, ou de quem souber e quiser receber o que João tem para nos dar. Por isso aqui fica o endereço da página do João, ainda incompleta, há muitos trabalhos dele ainda por fotografar, e eu confesso-me uma “azelha” na "lingua htlm", por isso a página irá sendo actualizada devagar.
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in http://eroticidades.blogspot.com/
Thursday, November 23, 2006
Dans un car de tourisme en plein désert marocain, une jeune femme est soudain gravement blessée par un coup de feu d'origine apparemment inconnue; aussitôt du Japon au Mexique en passant par les Etats-Unis se réveillent des liens de causalité à effets insidieux et subliminaux!...
Un Babel-Tour où il ne faudrait pas confondre le simple jeu d'un enfant d'ici avec le désespoir d'une adolescente de là-bas!...
Wednesday, November 22, 2006
Tuesday, November 21, 2006
Monday, November 20, 2006
Sunday, November 19, 2006
August Sander
(November 17, 1876 – April 20, 1964) German photographer.
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Eu conto umas 3
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"numa palavra diria: sei-te de cor."
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Paulo Gonzo Lyrics
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in http://avatares-de-desejo.blogspot.com/
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Saturday, November 18, 2006
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Esta velha angústia
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Esta velha angústia,
Esta angústia que trago há séculos em mim,
Transbordou da vasilha,
Em lágrimas, em grandes imaginações,
Em sonhos em estilo de pesadelo sem terror,
Em grandes emoções súbitas sem sentido nenhum.
Transbordou.
Mal sei como conduzir-me na vida
Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma!
Se ao menos endoidecesse deveras!
Mas não: é este estar entre,
Este quase,
Este poder ser que...,
Isto.
Um internado num manicômio é, ao menos, alguém,
Eu sou um internado num manicômio sem manicômio.
Estou doido a frio, Estou lúcido e louco,
Estou alheio a tudo e igual a todos:
Estou dormindo desperto com sonhos que são loucura
Porque não são sonhos. Estou assim...
Pobre velha casa da minha infância perdida!
Quem te diria que eu me desacolhesse tanto!
Que é do teu menino? Está maluco.
Que é de quem dormia sossegado sob o teu teto provinciano?
Está maluco.
Quem de quem fui? Está maluco. Hoje é quem eu sou.
Se ao menos eu tivesse uma religião qualquer!
Por exemplo, por aquele manipanso
Que havia em casa, lá nessa, trazido de África.
Era feiíssimo, era grotesco,
Mas havia nele a divindade de tudo em que se crê.
Se eu pudesse crer num manipanso qualquer —
Júpiter, Jeová, a Humanidade —
Qualquer serviria,
Pois o que é tudo senão o que pensamos de tudo?
Estala, coração de vidro pintado!
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Álvaro de Campos
Friday, November 17, 2006
espasmophilie
Armand Niquille
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Meus Amigos:
Devo dizer-vos, com toda a franqueza e sinceridade possíveis, que, ao contrário do que às vezes se julga, nunca pensei nada de completo, de coerente e de algum futuro, senão depois de ter reencontrado, por Jaime Cortesão e António Quadros, o chamado Culto Popular do Espírito Santo ou Culto do Divino.
O que, para mim, não exclui, e por isso empreguei o reencontrar, que tenha eu próprio andado no tal Século XIII, e marítimo de Algarve, pastor do Alentejo, ou já aburguesado no Porto, envolto com os outros na Festa do dia de Pentecostes em que sonhava o povo português sentir-se já num Paraíso a vir, e até um Paraíso mais seguro, porquanto sem tentações.
Ou então a celebrar o Culto noutros tempos mais próximos, e noutros lugares, porque houve Brasil, com os que fugiam de Portugal, e houve na América do Norte, com os emigrantes, o que me leva agora a desejar que tenha o Presidente Itamar, o tão de Minas Gerais, algum pensamento de lembrança, e por muito diferente que seja a linguagem, sejam fiéis ao mesmo anseio, os de uma Presidência Casada, Bill Clinton e ...ilária.
Ou que mais longe, pelo menos em espaço, quem sabe se na China de Deng Xaoping, se esteja avançando para a junção de duas faces, ambas visíveis e tocáveis, de um corpo perpetuamente misterioso, existente e inexistente, uma face de economia e uma face de teologia, místicas e talvez matematizáveis as duas, mas sempre com nítidos e gerais efeitos práticos.
Posto isto assim, e acreditando num Universo sacralizável ou de que se descobriria o Sagrado, na possibilidade de uma vida gratúita, numa defesa e desenvolvimento contínuos do Poeta que nasce com cada Criança e numa desejável inteira liberdade de cada ser, o melhor é não o andarmos pregando, mas o pormos em prática.
Como felizmente o posso fazer não ficarei com direitos de autor das Folhinhas, como não tenho ficado com os de outras publicações.São de todos os Amigos, as reproduzirão como queiram.
Os tais quinhentos escudos serão para o material e portes de quem as queira receber em casa.Sempre com muita pena de a correspondência ainda não ser gratúita. Mas, um dia, lá chegarão os CTT.
Lua Cheia de 8.3.93
Thursday, November 16, 2006
Wednesday, November 15, 2006
Tuesday, November 14, 2006
Ontem vi:
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"Children of men"
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Para além de uma das melhores cenas (sem cortes) em cenário de guerra que já vi, o filme é uma nulidade. Julianne Moore, uma das razões para ter ido ver o filme não passa de isso mesmo, um chamariz, porque não está no ecrâ por mais de 5 minutos. Valeu a pena ouvir uma música de Radiohead na banda sonora!
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PS: De qualquer modo os padrões estavam muito altos depois de ter visto Scoop de Woody Allen!
Monday, November 13, 2006
Sunday, November 12, 2006
Sigo para lugares fechados onde predomina a luz.
O fascínio da luz é-nos comum, noctívagos sem radar. A sua procura na noite é obsessiva. Apenas contam os sentidos e a eterna fuga do breu, a simplicidade das coisas e a desconstrução dos dias, fúteis, em atmosferas de fundo negro em noites lentas.
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer sítio:
"Platão: A verdade não são apenas factos, é uma maneira de ser. É descobrir o que é real e reagir adequadamente... como quando vemos realmente as outras pessoas e sabemos que existem. (...) Temos de modificar-nos, de modificar o que queremos, o que desejamos, o que amamos, e isso é difícil. Mas mesmo só por tentarmos amar o que é bom os nossos desejos podem tornar-se melhores, podem mudar de orientação, e é a isso que chamo liberdade. É isso que é tornar-se melhor moralmente, e é possível e é essa a razão por que é possível. A verdadeira liberdade é não ser escravo de desejos egoístas. É quando se tem... sabem... um sentimento de realidade..."