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Thursday, November 02, 2006

Caros, caríssimos bloyeurs*:

O repórter H desapareceu sem o deixar mínimo rasto, e por isso peço humildemente desculpas. Sei que foi uma cruel movida da minha parte. Acreditem no entanto os leitores e amigos – uma coisa à outra leva – que este desditado repórter se tem desleixado nas crónicas pela simples razão que à existência subjaz a necessidade do comer. E o comer, seja aqui seja na China requer fundos, que não são de ignorar nesta Suiça de onde vos escrevo. Assim, este prático correspondente tem deitado mão ao trabalho, aqui e ali, encontrando um biscate onde as suas artes chegam e sobejam para o realizar. Assim as crónicas têm ficado para um plano mais literário, menos frugal. Mas chega de desculpas lamechas e justificações pacóvias, porque somos todos humanos e compreendemos bem as constricções que esta natureza acarreta.
Passando já à descrição das aventuras por terras de Heidi e avôzinho de barba alva, congratulo os Benfiquistas pela brilhante vitória em Portugal sobre os celtas que vinham com ares de quem muito bebe mas pouco pode. Sou eu o primeiro feliz pela vitória, porque como bom português e como futuro chefe de família sou apoiante dessa instituição global, dessa marca registada que é o SLB, o glorioso. Depois de um distanciamento forçado do futebol luso, pois fiquei sem TV há já largas semanas – dedicando-me no intermédio à leitura arreigada de tudo quando fosse celulose e tinta preta – resolvi hoje acorrer à “Selecção Portuguesa”, nome de restaurante e café de Fribourg, onde se juntam os meus conterrâneos para ver a bola ou comer uma francesinha. Só pretextos, como se sabe, para beber uma ou mais cervejas com sabor a Portugal. De notar que a sala está sempre cheia, e que não existe descriminação. Na parede estão dois ecrâs, num é transmitido o jogo do SLB, no outro o do FCP. Na segunda parte mudam de ecrâs, uma vez que a qualidade não é igual e os adeptos não se querem sentir menorizados (ainda dizem que não há cultura democrática em Portugal!!!).
Acorri, como disse, e gostei. À terceira mini, ja me sentia completamente integrado, já mandava vir com a arbitragem e ja me tinha sentado numa mesa repleta de – embora estranhos – amigos pátrios. Foi bonita a noite, especialmente pela vitória – bem necessária – so grande Benfica, que parecia nos anteriores jogos pecar por defeito de carisma. Senti no final, que a vitória se deveu um bocado a mim, porque me havia desleixado até aqui em acompanhar o meu clube, quer no campeonato que na champions. No final todos contentes, Porto e Benfica ganharam com justiça, com determinação em mais uma demonstração da nossa superioridade como potência futebolística.
No final, a debandada geral - pois nós emigrantes, espalhados pela Europa, esse Continente que mais do que um nome é um mundo, todos os dias afirmamos e reafirmamos que os Portugueses são gente de trabalho, gente de respeito. E se isto te causa em ti leitor, uma espécie de humor bacoco, lembra-te que somos nós a cara de Portugal no mundo, como nos descobrimentos o foram os marinheiros. Em si um povo não é nada se não for capaz de evangelizar outros povos, de fazer valer em si o gene da diáspora.
Bom amigos, atendento ao escrito, vai também o repórter descansar o sono do justo, para acordar de manhã bem cedo e encarar o dia com esperança. Até uma próxima.
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