Resolução do ECA

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Este é o grande erro do mundo actual, do homem actual: as pessoas evitam-se a si mesmas, fogem de si mesmas, seja através das suas desistências, seja através de furiosas ambições. Porque o êxito, por estranho que pareça, também é uma forma de fugirmos do nosso rosto autêntico. Não sei se consegui dar com o meu rosto - não sei se tenho a humildade suficiente para me ver com nitidez. Mas uma coisa eu sei: para darmos com o que somos temos que cometer os erros certos. Isto é: vamos ter de nos afastar do previsível, do razoável, para chegarmos àquilo que é verdadeiro - muitas vezes, parecerá que enlouquecemos, que estamos a fazer disparates. Mas o nosso coração diz-nos que sim, que é por ali que devemos ir. Diz-nos isso suavemente: com a insistência meiga da água de um rio beijando com delicadeza a pedra das suas margens. E com frequência é quando tudo parece perdido que nós a nós mesmos nos encontramos. Aqui deixo alguns erros certos que cometi: a minha infância, a minha família, por exemplo. Não são coisas que me pertençam: são coisas que passam ou passaram por mim - e, em boa vontade, nem sei se sou digno delas...

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