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Tuesday, May 09, 2006


Devotos leitores

O trabalho nestas semanas tem-se avolumado, dificultando assim a remessa das desejadas – bem o sei – crónicas de cariz semanal que fazem a delícia de um, no máximo dois – eu incluído, compreenda-se – ávidos leitores deste monte de lixo cibernético que é o meu blog. Mas como dizem os bifes, life goes on e always look at the bright sight of life (e outras anglosaxoníces tão ou mais idiotas), e por isso vou-me deixar de queixas, que mais não são do que desculpas de mau pagador, e tratar de dar à pena.
Esta semana chegou uma nova pos-doc ao laboratório. Como devem imaginar, os pos-doc’s estão logo a seguir aos estudantes de Phd na cadeia alimentar que é a ciência contemporânea. A estes seguem-se os famigerados estudantes de licenciatura que equivalem à mais reles escumalha na pirâmide. São assim como aqueles empregados de limpeza que limpam as retretes nos dias de ressaca dos arraiais da cerveja. Como ia dizendo, esta Pos-doc que, acrescento, nada deve à beleza de um sapo esmagado numa autoestrada, quis impor-se no laboratório, especialmente em relação ao inocente aspirante a doutor em filosofia. Ele são notas coladas nas bancadas com os protocolos, ele são post-its com as estruturas da arginina e de outros aminoácidos, ele são preparações meticulosas dos trabalhos, ele são protocolos passados de fresco a computador, ele é o lufa-lufa constante da impressora a bombar artigos de tudo quanto é revista de ciência. Mas digo-vos eu, estas conheço-as eu de gingeira, tanta minudência só pode ser proporcional ao peso do estrume que lhe esmaga o córtex contra as meninges. Destas havia aos montes na Covilhã, como estas conheço várias que estão hoje a trabalhar no Mac (sem desprimor pelo trabalho nas cadeias de fast-food), destas mesmas sonsas que não conseguem abrir a boca para sugerir um rumo para o trabalho, que não conseguem reagir às adversidades. Mas o tempo dar-me-á ou não razão e entretanto continuarei a traçar os rumos que o destino me permitir e a fingir não saber que este tipo de pessoas existe, tudo em nome da coesão do grupo é claro.
Parece também, meus amigos, que irei receber um aumento de ordenado pelo menos nos próximos meses. A notícia, dada pelo meu mentor, caiu como uma mini gelada em goela empoeriada, e foi a maneira do chefe de deparmento (big boss da fisiologia) mostrar solidariedade pela minha situação financeira e ao mesmo tempo – permitam-me a veleidade narcisa – demonstrar confiança no meu trabalho actual e futuro. Gente boa a que encontrei nesta universidade, respira-se união mesmo entre grupos e o ambiente é sumpimpa, como diria o nosso Eça ou uma das suas personagens!
Caríssimos, mais não se me ocorre do que dar a tacada final e subscrever-me com amizade a todos os que lerem este pequeno apontamento.

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