Aa ab

Monday, October 30, 2006

Bom dia!
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(Chegou o Inverno?)
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Sunday, October 29, 2006

A não perder
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"Autorizando-se a si mesmo, um Grupo (ou Bando, se preferires) de franco-atiradores põe-te nas mãos este PREC – Pensa, Rosna, Estica, Corta, que prossegue (no modelo gráfico) e amplia em gente nele e horizonte de intervenção o PREC – Põe, Rapa, Empurra, Cai anterior, de Novembro de 2005."
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A preparar
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Carta
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A vida é curta de mais para ter medo de partir, para me acomodar a um sofá de conversas que se repetem todos os dias. Não me interpretes mal, eu adoro-vos, eu adoro-te, mas preciso de tantas coisas mais e de outras coisas que ainda nem sequer sei....
Isto não tem nada a ver com ambição ou com perseverança, isto tem a ver com sobrevivência. Para viver nesta pele tenho que ir até às últimas consequências. Um dia quererei voltar ao sofá mas preciso de me encontrar primeiro, de saber quem sou e do que sou verdadeiramente capaz. Até lá a inverosimelhança intala-se. Também olho para as nossas fotografias e não nos reconheço. Às vezes tento lembrar-me das vossas vozes, da vossa maneira de falar e parece-me que as recordações vêem de uma outra vida que não é a minha. Talvez seja por isto que sempre quis ser mais velho. Pensava que a idade bastaria para dar segurança, confiança, sabedoria. ...
Hoje compreendo que é uma busca diária e que talvez nunca tenha um fim. Mas os resultados chegam, vão pingando. Medem-se pela maneira como reagimos à mudança, pela maneira como reagi a esta viagem, à partida, à nova vida, à entrada de novas pessoas na minha vida. Nesse aspecto tu és mais estável do que eu. Consegues construir a tua felicidade se tiveres à tua volta aqueles que amas. Eu até agora não consegui. Não me chegava, faltava sempre alguma coisa que não sei definir. ...
Apesar disso, invejo as famílias felizes que vejo na rua, os casais de namorados que passeiam de mão dada e que se sentam lado a lado no cinema; e quando vou ao cinema sozinho, sinto muito a tua falta ao meu lado, e quando me vou deitar imagino que estás deitada comigo e que te abraço. Apesar de estarmos longe quando pensamos um no outro estamos de alguma maneira juntos! Pensa assim. Será que me entendes? Espero que sim. JMC
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Inferioridades
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Durante o tempo pós-licenciatura em que tive que decidir o meu futuro profissional muitas opções foram surgindo à medida que procurava. Dos botões que fui pressionando obtive várias respostas, algumas das quais eram, não o posso negar, inesperadas, como a chamada para entrevistas para o programa doutoral do Laboratório de Biologia Molecular Europeu (EMBL) e também para uma posição na prestiada Universidade de Heidelberg. O facto de ter sido o único português a ser convocado para as provas do EMBL em cerca de 500 candidatos de todo o mundo foi um facto de orgulho, mas não pude deixar de reflectir no porquê desta míngua escolha de Portugueses.
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Durante os 6 anos passados na Covilhã a concluir uma licenciatura em Bioquímica, não senti que houvesse da parte de nenhum agente da universidade um conhecimento, ou pelo menos um incentivo ao conhecimento, das inúmeras oportunidades que existem hoje em todo o mundo para uma iniciação à investigação científica. Infelizmente, este conhecimento só pode ser a consequência de um sujeito interessado, curioso e que olha com desconfiança todo o status quo do meio em que se move, neste caso a Universidade. Foi esta curiosidade que me levou a viajar para Salamanca em 2003 para aí permanecer 6 meses apoiado pelo programa Erasmus. Da frequência da faculdade de Biologia não me orgulho especialmente do expediente académico realizado, nem foi esse o objectivo principal da aventura. Antes enriquecer a minha bagagem cultural, aperfeiçoar mais uma língua, domesticar as “sirenes da saudade”, e, the last but not the least, apender que a qualidade do conhecimento tanto se encontra em Oxford, como em Salamanca como na Covilhã pois tiramos da Universidade aquilo que nela investimos. Pude nos anos seguintes aplicar esta lógica na minha formação e obter excelentes resultados. O programa Erasmus permite este abrir de horizontes, esta sensação de pertencer a uma comunidade que é Europeia, que deve ser mundial.
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Tudo isto, porque penso que a selecção de Portugueses para os programas internacionais, neste caso para o EMBL, é escassa por um único motivo que é a parca, também, afluencia de Portugueses ao concurso. A maior parte dos colegas com quem falo sobre isto, não se consideram merecedores de tais aspirações. Mesmo para os programas doutorais nacionais (Gabba, CNC e IGC) existem reticências – ou é a média, ou é a quantidade de concorrentes. No centro de tudo isto está o medo ao fracasso claro, mas sobretudo uma mitificação da carreira de investigador.
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Saturday, October 28, 2006

Atravessamos o deserto descalços
Alegres
Desprendidos
Enfaixados em sonhos
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Carregamos esperanças
Elexíres de domínio
Projectando momentos
Fragmentos do que não foi
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Mas atravessamos o deserto descalços
Porque as certezas dissipam-se nas areias
E o óbvio é acessório
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Daniela Mann in Amar-Ela
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Monday, October 23, 2006

Bom dia!
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Sunday, October 22, 2006

And today...THE ECA SOUNDS LIKE...JOHN ZORN
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Album: Masada guitars
Faixa: Abidan

Finally, é público
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VER VíDEO
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Uma homage aos meus amigos!

Saturday, October 21, 2006

The ECA sounds like White Rose Movement
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Album: Kick
Faixa: Girls in the back

Bruno Nogueira Video Home Video
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Friday, October 20, 2006

Raízes
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A NOITE E O SOL:
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Uma das razões que me levou a deixar de comprar o Expresso, há uns anos atrás, foi a progressiva deterioração da qualidade dos editoriais, com José António Saraiva à cabeça.Hoje comprei, pela segunda vez, o Sol, e, logo na página 3, lembrei-me por que tinha deixado de comprar o Expresso. JAS escreve mais um texto ordinário sobre o problema do aborto e da sua descriminalização. Intitula-se "Uma cultura da morte" (sem uma única referência, aliás, a quem celebrizou a ideia e a expressão), e a frase que aparece sob a fotografia do bébé sorridente é "A esquerda deveria estar hoje a debater a morte ou a interessar-se pela vida?".Segundo JAS, o primeiro culpado é o País, em geral. É preciso "promover os nascimentos" e apregoar que o melhor do mundo são as crianças - e... que faz o País? Promove? Apregoa? Não: "em lugar disto (sic), discute-se o aborto. Discutem-se os casamentos de homossexuais (por natureza estéreis). Debate-se a eutanásia. Promove-se uma cultura da morte".Este primeiro trecho é de elevada complexidade: repare-se, em particular, no "em lugar disto" - como se fossem problemas alternativos - e na associação dos casamentos de homossexuais com "o aborto" e "a eutanásia": tudo sob o signo da "cultura da morte". Depois vem a conspiração da dissolução dos costumes por trás do aborto: "o que está em causa é uma desculpabilização do aborto, para não dizer uma promoção do aborto. Tal como há uma parada do 'orgulho gay', os militantes pró-aborto defendem o orgulho em abortar. Quem já não viu mulheres exibindo triunfalmente t-shirts com a frase 'Eu abortei'?" Sim: quem não viu? E daí? Temerá JAS que, caso a descriminalização vingue, essas t-shirts se multipliquem, na rua, nas escolas, nas igrejas - cada vez mais triunfalistas? É ao sofrimento desse espectáculo que JAS quer ser poupado? Nos países onde o aborto é permitido de forma mais ampla, é usual organizarem-se paradas anuais das abortantes, tipo Abortion Pride? E isto tem, verdadeiramente, alguma relevância para o assunto?Na última secção vem a pergunta mais ordinária do editorial: "será que a esquerda, ao defender o aborto, a adopção por homossexuais, a liberalização das drogas, a eutanásia, quer ficar ligada ao lado mais obscuro da vida?"A ideia de dar uma vida melhor a uma criança, seja qual for a orientação sexual do(s) adoptante(s) - pertence "ao lado mais obscuro da vida"?! O não querer prolongar um sofrimento atroz e inútil - pertence ao "lado mais obscuro da vida"?! Independentemente da posição que se tenha sobre os assuntos, esta não é uma forma digna de discuti-los.Não sei o que a "esquerda" quer. Mas espero que não queira ligar-se ao lado mais brilhante da vida, tal como a vê o editorialista do Sol: um lado onde estas chatices são meras sombras de outros, tão outros que nem nos tocam. [Mar salgado]
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Mas que grande imbecil...

Thursday, October 19, 2006

O ECA soa a...
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Banda sonora do filme Mulholland Drive de David Lynch
Faixa 17 - Love theme

RETRATOS DO TRABALHO (ABRUPTO) EM PORTUGAL
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O Dia da Morte; pintura de William-Adolphe Bouguereau (1825-1905)

A anatomia dos dias
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Click on my bald head...
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Wednesday, October 18, 2006

Aqui lê-se
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Autor: Enrique Vila-Matas
Colecção: O ImaginárioTradução: José Agostinho Baptista
Editora: Assírio & AlvimData

Self-Deception, from Biology to the Battlefield

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Robert Trivers foi o primeiro a descrever a teoria do altruismo recíproco e Noam Chomsky é...bem...Noam Chomsky é Noam Chomsky. O que acontece quando se põem estes dois dinossauros na mesma sala...um teórico da evolução que mudou a maneira como pensamos na cooperação e interacções sociais com o intelectual que provavelmente fez mais para desafiar as estruturas de poder da nossa sociedade que qualquer outra pessoa?? Um conversa interessante como os diabos, prevejo eu. Ver vídeo:

O texto ecompleto da discussão pode ser encontrado aqui.

Chomsky e Trivers discutem o papel do auto-engano numa variedade de comportamentos humanos, em actividades que vão desde impressionar o sexo oposto até levar os EUA a uma guerra no Iraque.

Tuesday, October 17, 2006

No ECA não temos nada a esconder!
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...mas também não mostramos tudo!

Esse disforme e rígido porraz

Esse disforme e rígido porraz
Do semblante me faz perder a cor;
E assombrado d'espanto e de terror
Dar mais de cinco passos para trás;

A espada do membrudo Ferrabraz
Decerto não metia mais horror:
Esse membro é capaz até de pôr
A amotinada Europa toda em paz

Creio que nas fodais recreações
Não te hão-de a rija máquina sofre
Os mais corridos, sórdidos cações:

De Vénus não desfrutas o prazer:
Que esse monstro, que alojas nos calções
É porra para mostrar, não de foder!
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Manuel Maria Barbosa du Bocage

The ECA sounds like
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"hunting bears"
From Radiohead
Album:Amnesiac

James Ellroy, no Y do Público:

Não sou um esteta e não leio. Escrevo os livros que escrevo. Não tenho televisão nem computador. Vivo numa mansão e trabalho no vazio. Não compreendo a cultura actual porque a ignoro. Isolo a minha curiosidade durante o tempo que estou a escrever. Por isso, não sou propenso a grandes sínteses sobre a literatura ou cinema.

(...) Tenho amigos e ex-mulheres e um ex-cão e gozo a vida. Em regra geral não acompanho a cultura actual porque não leio jornais nem vejo televisão. Porque são coisas que me distraem. Gosto de ver combates de boxe na televisão em casa de uma amiga, a minha ex-mulher.

(...) Escrevi um artigo sobre as eleições de 2000 e não teci comentários sobre o governo ou sobre a guerra no Iraque. Nunca iria criticar o meu país fora do meu país. Não sou um crítico cultural e considero isso desleal. Neste momento a América está a levar com muita trampa em cima, acho que injustamente. Tenho orgulho em ser americano e apoio o meu governo.
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Sunday, October 15, 2006

The ECA sounds like...
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Devendra Banhart
"heard somebody say" + "I Feel just like a child"
Album: Clipple Cow

A MANIF
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Só hoje, pela leitura dos jornais, é que soube da manif de ontem à tarde. OK. Faz parte do jogo. Fiquei também a saber que só camionetas para trazer manifestantes a Lisboa eram 550. A uma média de 70 ocupantes cada, dá 38500 protestantes. Admitindo outro tanto de não-motorizados, temos 77 mil pessoas em marcha lenta entre o Rossio e São Bento. É um número e tanto, concedo. Bem vistas as coisas, uma coreografia feita à medida das televisões. O PCP não brinca em serviço, nem entrega a orquestração a diletantes. Mas a Lisboa que trabalha não deu por nada. Nisto de manifestações e protestos, o barómetro fiável é sempre a irritação da maioria silenciosa. Os profissionais não contam. Enquanto a fúria for estritamente sindical, Sócrates pode dormir descansado. A desobediência civil tem outras exigências. Quando Cavaco, então primeiro-ministro, teve a triste ideia de não autorizar tolerância de ponto numa célebre terça-feira de Carnaval, a maioria silenciosa irritou-se. E desobedeceu. Apesar das ameaças, quatro quintos dos funcionários públicos não foram trabalhar nesse dia (eu também não). A irritação chegou aos gabinetes de direcção, que passaram pela experiência inédita de ficar sem secretariado, juntou directores de serviço e pessoal menor (em regra timorato), gente a poucos meses da reforma e estagiários, cavaquistas e povo unido. Ficou claro que nada seria como dantes. Foi nesse dia que o cavaquismo começou a desmoronar. A rua é só cenário. O turning point é outra coisa. Mais uma manif como a de ontem e Sócrates repete, em votos, o milagre da Alameda. EP
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Saturday, October 14, 2006

Miss you all, combada de parolos!
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Friday, October 13, 2006

Tatuaste
no teu corpo, a minha
cor
entrando... nos teus poros
corro-te
no sangue...
livre



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Isto é Science

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A 22 de Setembro de 2006, a revista Science, homenageou os criadores de imagens e apresentações animadas de tirar o fôlego, durante o Science and Engineering Visualization Challenge. Fica aqui um excerto de um dos videos vencedores...simplesmente fantástico:

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Ver vídeo

Música ambiente
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Album "The Eraser" de Thom York
Faixa: And it Rained All Night

La france encore etonnant...Segoléne Royal
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Danos colaterais
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«Desde a invasão anglo-americana em Março de 2003 morreram cerca de 655 mil iraquianos, civis e militares, o que representa 2,5 por cento da população ou 500 mortos por dia. Esta é a conclusão de uma equipa de físicos do Iraque e epidemiologistas dos Estados Unidos num estudo publicado ontem pela revista científica britânica The Lancet. (...)"
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Na americana Nature, já há quem discorde dos números apresentados, como é óvio.

O ECA dá as boas vindas à bonança!!
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...mas pelo sim pelo não, só regressarei a Portugal no final do Doutoramento!!

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iN ABRUPTO (Leiam até ao final que vale a pena)
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Já que se está a discutir a questão de Salazar como "grande português", o que ele fez e o que ele deixou de herança, vale a pena combater a falta de memória (e de saber...) que domina o nosso espaço público, publicando alguns documentos originais e inéditos sobre o principal mecanismo de conformidade do Estado Novo, a censura. A censura definia como se podia pensar e quais os limites ao que se podia dizer. E a PIDE assegurava que uma atmosfera de medo estava presente nesses limites. A combinação foi particularmente eficaz e teve longo tempo para se consolidar e "formatar" tudo. Não tem comparação com nenhum país europeu do século XX quer na forma, quer no conteúdo e talvez apenas na continuidade possa ser comparada à URSS.
Os exemplos que publicarei no Abrupto terão origem no boletim confidencial dactilografado da Direcção Geral dos Serviços de Censura à Imprensa - Boletim Diário de Registo e Justificação dos Cortes e serão por regra apenas da secção "Questões de ordem moral". O exemplo de hoje é de 31 de Agosto de 1935:
h
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Sublime

"E a França, que é. A França é um campo infindo de beterrabas em que a binar se trabalha dezasseis ou dezassete horas por dia, é um modo de dizer, porque, sendo tantas, são todas as do dia e não poucas da noite. A França é uma família de normandos que vê entrar-lhes pela porta dentro três bichos ibéricos, dois portugueses e um espanhol da Andaluzia, mais explicadamente António Mau-Tempo e Carolino da Avó, de Monte Lavre, e Miguel Hernandez, de Fuente Palmera, este sabe suas palavras de francês, ciência de emigrante, e com elas diz que estão ali os três do contrato. A França é um palheiro de pouco resguardo para o pouco dormir e um prato de batatas, é uma terra onde misteriosamente não há domingos nem dias santos. A França é um derreamento de rins, duas facas espetadas aqui e aqui, uma aflição de cruzes martirizadas, uma crucificação num bocado de chão. A França é para ser vista com os olhos a quatro palmos do caule da beterraba, são de beterraba as florestas e os horizontes da França, não têm lá mais senão isso. A França é o gendarme que vem verificar os papéis, linha por linha, comparando e interrogando, arredando três passos por causa do cheiro. A FRança é uma desconfiança que está sempre de sentinela, é um vigiar incansável, é um normando que vai inspeccionar o trabalho feito e assenta o pé como se nos pisasse as mãos e gostasse. A França é ser mal tratado de alimento e asseio, nada que se compare com os cavalos da ferme, que são gordos, patudos e soberbos. A FRança é uma sebe cheia de estrepes com coelhos enfiados pelas orelhas como peixes numa verdasca, já o ar vai faltando. A França são longas viagens de comboio, uma grande tristeza, um maço de notas atado com um cordel e o ciúme estúpido de quem ficou e agora murmura de quem lá foi. Está rico, são as invejas do pobre, o mal que se querem uns aos outros por motivo de interesse. "
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in Levantado do Chão
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Thursday, October 12, 2006

Jaques Vaché
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"A Arte é uma estupidez", disse Jacques Vaché, e matou-se, escolheu a via rápida para se tornar artista do silêncio. [...]
Incluo Vaché neste caderno, abro com ele uma excepção pois gosto muito da sua frase de que a arte é uma estupidez e porque foi ele que me revelou que a opção de certos autores pelo silêncio não anula a sua obra; pelo contrário, outorga retroactivamente um poder e uma autoridade adicionais ao que renegaram: o repúdio da obra transforma-se numa nova fonte de valor, num certificado de indiscutivel seriedade. Essa seriedade, segundo Vaché, é uma seriedade que consiste em não interpretar a arte como algo cuja seriedade se perpetua eternamente, como um fim, como um veículo permanente para a ambição. Como diz Susan Sontag: "A atitude realmente séria é aquela que interpreta a arte como um meio para conseguir algo que talvez só se possa alcançar quando se abandona a arte.".
Abro uma excepção, pois, com o suicida Vaché, paradigma do artista sem obras; está em todas as enciclopédias tendo escrito apenas algumas cartas a André Breton e mais nada."
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[...]Isto mesmo levará Chamfort a negar a obra de arte e essa força pura da linguagem que, em si mesma e desde há já muito, atribuía a uma forma inigualável à sua rebeldia. Negar a arte conduziu-o a negações ainda mais extremas, incluindo essa "derrandeira negação" da qual falava Camus, que, analisando as questões pelas quais Chamfort não escreveu um romance e, além disso, caiu num prolongadíssimo silêncio diz: "A arte é o contrário do silêncio, constituindo um dos sinais dessa cumplicidade que nos liga aos homens na nossa luta comum. Para quem perdeu essa cumplicidade e se colocou por inteiro na recusa, nem a linguagem nem a arte conservam a sua expressão. Esta é, sem dúvida, a razão pela qual esse romance de uma negação jamais foi escrito: porque, justamente, era o romance de uma negação. E isto porque nessa arte existem os próprios princípios que deviam conduzir à negação." [...]
Chamfort levou o Não tão longe que, no dia em que pensou que a revolução Francesa - da qual fora inicialmente entusiasta - o tinha condenado, disparou um tiro que lhe rebentou o nariz e lhe vazou o olho direito. Ainda com vida, voltou ã carga, degolou-se com uma navalha e golpeou a sua carne. Banhado em sangue, esgravatou no peito com a arma e, por fim, depois de abrir as curvas das pernas e os pulsos, caiu sobre um autêntico lago de sangue."
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in Batleby & Companhia

In http://blueredanddark.blogspot.com/
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"Descoberto no blog do LusoBoy, deixo aqui esta magnifica curta metragem intitulada “posi+ive” de Brian Gonzalez, onde ainda se ouve um tema de uma voz sempre deslumbrante, “From a shell” de Lisa Germano."
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O AMOR EM VISITA
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[...]
Se te apreendessem minhas mãos,
forma do vento na cevada pura, de ti viriam cheias
minhas mãos sem nada. Se uma vida dormisse
sem minha espuma,
que frescura indecisa ficaria no meu sorriso?
- No entanto és tu que te moverás na matéria
da minha boca, e serás uma árvore
dormindo e acordando onde existe o meu sangue.
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Beijar teus olhos será morrer pela esperança.
Ver no aro de fogo de uma entrega
tua carne de vinho roçada pelo espírito de Deus
será criar-te para luz dos meus pulsos e instante
do meu perpétuo instante.
- Eu devo rasgar minha face para que a tua face
se encha de um minuto sobrenatural,
devo murmurar cada coisa do mundo
até que sejas o incêndio da minha voz.

[...]
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Herberto Helder
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Wednesday, October 11, 2006

Musica ambiente
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O Estado do Mundo é um Fórum Cultural organizado pela Fundação Calouste Gulbenkian no âmbito do seu 50º aniversário. Realiza-se ao longo de três plataformas:Plataforma 1 – 12 de Outubro de 2006 Plataforma 2 – 18 de Maio a 31 de Julho de 2007Plataforma 3 – 6 de Outubro a 30 de Dezembro de 2007O Estado do Mundo tem como objectivo uma reflexão crítica alargada e uma produção teórica sobre o estado do mundo actual, acompanhadas de uma programação artística, como possível resposta a este estado do mundo. A Plataforma 1 irá acontecer no dia 12 de Outubro às 18h30 no Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian. É constituída por uma conferência inaugural proferida pelo Professor Homi K. Bhabha, cujo título é “Ética e Estética do Globalismo: Uma Perspectiva Pós-Colonial”, e pelo lançamento do livro O Estado do Mundo, que recolhe os contributos de doze autores (Carlos Pacheco, Colin Richards, Ghassan Zaqtan, João Barrento, John Frow, Moira Simpson, Paul Gilroy, Peter Sloterdijk, Rosângela Rennó, Santiago Kovadloff, Surendra Munshi e Wang Hui); às 20h00 no mesmo local.
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Vitaminas para a mente! O ECA recomenda.
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Ora, muito boas noites...
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Tuesday, October 10, 2006

LA Confidences
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O dia correu muito bem...
Mas já chega de laboratório...
Ir para casa....comer...dormir...
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Até amanhã!...

Monday, October 09, 2006

Boa noite...
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Futebol
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Depois de grande abada nos Suiços, a pergunta:

Eles: Hey, where are you from?
Eu: Portugal, of course....
Eles: Ohhh. It shows!

Tá no sangue pessoal, tá no sangue
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Paulo Seara
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Sátiro III

"Vão todos, os vivos e os mortos. E à frente, dando saltos e as corridas de sua condição, vai o cão Constante, podia lá faltar neste dia levantado e principal."
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Foi bom enquanto durou...

Lendo...
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Olhei-me ao espelho e não me reconheci. Depois, pensei naquilo que dizia Baudelaire: que o verdadeiro herói é o que se diverte sozinho.

Bom dia!
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